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Importante: FMI Reconhece Bitcoin como reserva de valor



O Bitcoin, apesar de ter mais de 10 anos de existência, ainda está em um momento de muita incerteza quanto o seu reconhecimento diante dos principais órgãos regulamentadores do mercado.

Mas, de acordo com informações do Cointelegraph, o Bitcoin foi reconhecido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como um reserva de valor. O bitcoin já é reconhecido como uma importante reserva de valor por muitos investidores, mas o FMI publicamente reconhecer isso é um grande feito para toda a criptocomunidade.
Claro, com isso vem o fato de que os governos centralizados estão cada vez mais atentos ao Bitcoin, o que pode deixar os mais puristas das intenções libertárias do Bitcoin um pouco preocupados.
O reconhecimento veio durante as Reuniões Anuais do FMI e do Banco Mundial, em Washington.
Na ocasião também foi explicado o porque o Brasil inseriu Bitcoin no Balanço de Pagamentos do país e porque a organização internacional vem recomendado a todos os países que façam o mesmo.
O tema das criptomoedas foi abordado em um painel “O que sabemos sobre criptoativos”, comandado por Bo Zhao, do Departamento de Secretário do FMI, Venkat Josyula, do Departamento de Estatística e Sonja Davidovic, do Departamento de Tecnologia da Informação.
De acordo com Josyul, já tem um tempo que o FMI debate a inclusão das criptomoedas em estatísticas macroeconômicas. De acordo com o painel, autoridades brasileiras já tinham abordado o FMI com dúvidas em como tratar os criptoativos em estatísticas nacionais.
“Esses países nos abordaram porque não havia estatísticos internacionais padrões, uma vez que os criptoativos são um fenômeno novo (…) Os criptoativos combinam as propriedades de moedas, mercadorias e ativos intangíveis. São representações digitais de valor possibilitadas pela criptografia e pela tecnologia de contabilidade distribuída.”
A mineração de Bitcoin também foi assunto do painel, principalmente em como a atividade afeta o impacto doméstico dentro dos países membros do FMI. A mineração é uma atividade muito forte entre alguns países do grupo, principalmente nos EUA e China, porém, o destaque ficou por conta da Geórgia, que é responsável por 15% da oferta global de Bitcoin.
“Estima-se que seja em torno de 5% do seu PIB ou 10% da exportação de bens e serviços. Quando você o compara com outras atividades econômicas da Geórgia, a produção agrícola da Geórgia é de cerca de 6% do PIB. Então você pode entender um país tão pequeno como a Geórgia, o quanto essa atividade de mineração é importante.”

Sendo assim, o FMI acredita que o Bitcoin deva ser classificado de duas formas diferentes, como um criptoativo não financeiro e como um ativo não financeiro produzido.
Isso porque ele passa a existir como o resultado de um processo de produção, com mão de obra, capital e outros fatores, assim como outros produtos produzidos dentro do país.
Além disso, o Bitcoin foi reconhecido como uma reserva de valor.
“Recomendamos a classificação do Bitcoin como um criptoativo mas em uma categoria distinta de objetos de valor. Por quê? Porque esses ativos são semelhantes aos metais processados, que podem ser usados ​​como reserva de valor ou como permuta na compra de bens e serviços.”
Outro ponto destacado foi o trabalho em chegar em um consenso internacional sobre o Bitcoin e a organização agora continua estudando os avanços do criptomercado e do bitcoin especificamente.
O FMI fará isso através da monitoração do “desenvolvimento” dos criptoativos (vão monitorar de perto todas as transações).


“Continuaremos monitorando de perto os desenvolvimentos em criptoativos e poderemos atualizar esta orientação se as condições mudarem substancialmente no futuro. O desafio mais crítico daqui para frente, é a coleta de transações e dados dos criptoativos. Embora existam muitos participantes neste ecossistema a coleta de dados de transações de exchanges de criptomoedas e dados de posições de provedores de carteira pode ser a maneira mais eficiente e precisa. Idealmente, esses dados devem ser fornecidos aos bancos centrais e escritórios de estatística nos respectivos países através de algum tipo de intercâmbio internacional de dados”, disse (a medida já é adotada no Brasil pela IN 1888)